Comunidade Nossa Senhora da Penha
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Uma alegria de viver!
Por Sílvia Ambrósio Pereira Müller
No dia a dia, olha-se ao redor, contempla-se uma flor, uma árvore, os pássaros que cantam, observa-se as pessoas. As cores das flores, das pessoas tudo faz parte do cotidiano e às vezes não se dá a devida importância que isto tem.
O ato de escrever, ler, digitar, navegar na Internet, ou ficar diante de uma televisão... Tudo parece banal, corriqueiro.
Mas, a vida vai passando... a infância, a adolescência, a vida adulta, a velhice. Com o passar dos tempos vem a experiência de vida, a alegria de ver os filhos, os netos crescerem, formarem outras famílias, tudo é mágico, é divino. Outros episódios em nossas vidas também nos fazem crescer, fortalecer. São os enfrentamentos com as doenças. E estas vem em qualquer fase de nossas vidas. Algumas são mais incidentes na terceira idade, é o caso da catarata. Ela vem aos pouquinhos embaçando as vistas e tornando as cores das coisas e das pessoas menos nítidas.
E como a medicina está avançada? Em pouco tempo o que névoa se torna claro e nítido. E a alegria de viver aumenta.
As coisas corriqueiras se tornam especiais e de muito mais valor. A alegria de enxergar outra vez.
Estou falando de uma experiência de minha tia Margarida, de Penha do Coco, que aos 86 anos, fez a cirurgia de catarata em um dos olhos e voltou a visão que estava bem prejudicada pela doença.
Ela, há alguns anos já havia feito a cirurgia no outro olho e por outras complicações não fora bem sucedida. Então por receio de perder o pouco que tinha na outra foi protelando. No dia 16 de setembro fez a cirurgia e no dia seguinte ao retirar o tampão ela disse ao médico: "doutor eu estou enxergando"! E ele respondeu: "a senhora está me vendo? Eu sou bonito? Tia Margarida respondeu: "Sim, estou vendo e o senhor é bem bonito! E estou muito grata a Deus por isto! Estou muito feliz!"
Tia Margarida é uma pessoa especial, cristã e de muita fé. Apesar da pouca visão, de não poder realizar tudo aquilo que fazia quando tinha a visão melhor, ela nunca reclamava, não se entregava ao desânimo. Quem a olhava na sua lida diária nem percebia que estava com alguma limitação. Ela sabe viver! E melhor agora que conseguiu recuperar a visão!
Bilhete escrito por Margarida Ambrósio logo que fez a cirurgia nos olhos e recobrou a visão. Escrever e ler, duas ações que há muito tempo não fazia e que sentia muita falta. Ela gosta muito de ler a Bíblia e fazer palavras cruzadas. Voltar ao blog da paróquia |
sábado, 29 de setembro de 2012
Como surgiu a comunidade católica em Penha do Coco
História da caminhada religiosa da comunidade Nossa Senhora da Penha
Por Fabiano Ambrósio
Por volta de 1917 foram doados 2 alqueires de terra à Nossa Senhora da Penha pelo sr. Francisco Januário Gomes (Chichico Gomes).
As primeiras missas eram celebradas à sombra de uma grande moita de bambu, muito antiga, tanto que sua estrutura acabou tendo formato de caverna, onde se abrigavam muitas pessoas.
No ano de 1926 foi dado início à construção da primeira Capela com um bonito coreto. O principal construtor eanimador da época foi o sr. Francisco Monteiro e seus filhos. Após a construção da capela, a moita de bambu ficou sendo usada como um ponto de venda, por não existir outro comércio na localidade.
A primeira capela era dotada de assoalho de madeira e um coro,cuja escada tinha uma bela arquitetura. No forro era pintada uma bela paisagem celestial. As paredes eram adornadas por “carinhas” deanjos, pintadas pelo sr. Sebastião Alves.
O principal animador, sr Francisco Monteiro, manteve-se à frente da comunidade até sua para o norte de Minas. Ficando à frente da comunidade os senhores Custódio Basílio, Gumercindo Hubner(Nenen França) e Francisco Hipólito dos Santos (Chico Portes).
Custódio Basílio não moravadentro do patrimônio que surgia, ele e sua família residiam na cabeceira, de onde hoje é o sítio do “Manoelzinho” em Santaninha. Apesar da distância, nas celebrações do Mês de Maio rezavam os trinta dias,com coroação e leilões diariamente, sendo muito participada e animada a festa costumava ir até uma hora da manhã.
Nenen França e Seu Francisco residiam onde, hoje, é o sítio do José Reis.
Neste tempo as missas não eram muito frequentes, passava-se até três meses sem missa, na comunidade de difícil acesso.
Nas missões de 1958, os trabalhos duraram oito diase mobilizou todas as famílias. Foi um dos maiores eventos religiosos de então. Algumas famílias passavam a semana toda no patrimônio rezando. Foierguido então, um enorme Cruzeiro, com cerca de 50 palmos de altura, em frente à praça da igreja . Notransporte da madeira foram usadas três boiadas para arrastar a braúna que seria usada para a construir a cruz. No dia de erguer o Cruzeiro, juntaram muitos homens para carregar, mas não conseguiram, mas o padre Mendes subiu em cima da enorme cruz e depois disso eles conseguiram carregar o enorme madeiro. No momento de erguê-lo foi o maior desespero, os homens cantando e rezando e as mulheres chorando e rezando com medo de uma tragédia. Após conseguirem fixar o Cruzeiro, precisava alguém subir nele para retirar a corda, quem se propôs foi Aristolino, filho do Custódio Basílio que ainda ficou de pé de braços abertos como Jesus.
Anos depois Nenen França mudou-se para Lajinha , Seu Francisco foi embora para Mutunzinho, município de Mutum e Custódio Basílio para o Paraná. Mas a caminhada religiosa da comunidade não parou, outros líderes foram surgindo...
No ano de 1961, mudou-se para a comunidade, a filha do sr. Sebastião Rodrigues de Água Limpa, Margarida Ambrósio Trindade, esposa de José Goulart de Amorim com oito de casados. Margarida, que era muito religiosa, começou a participar da comunidade, que nessa época não estava muito animada. As celebrações só eram mais fervorosas no Mês de Maio, quandose reuniam durante todo o mês.
Ainda nesta época as missas não eram celebradas mensalmente e quando aconteciam contavam com pouca participação dos homens que ficavam na sua maioria jogando baralho na pequena “venda”que ficava próximo à igreja. Somente a partir de 1969 é que as coisas melhoraram, comseu jeito missionário, Padre Geraldo Silva levou todo mundo para a igreja e conseguiu também levar três pessoas da comunidade para o curso de Boa Nova em Vargem Grande: José Alves de Carvalho, Limiro Severino Machado e Ivandro Braga. Fizeram o cursoe trouxeram novas ideias de renovação e formaram ali os primeiros Grupos de Reflexão.
Foi a dona Margarida a primeira fiel a ajudar a celebrar a primeira missa em português, já que antes do Concìlio Vaticano II ( 1962 a 1965) as missas eram celebradas em Latim com o padre de costas para os fiéis, que durante as missas rezavam o terço.
Nessa época era na casa de dona Margaridaque se hospedavam os padres, cursistas e o bispo por ocasião de suas visitas.
Foipor volta de 1970 que a primeira igreja foi demolida por problemas estruturais , para se erguer uma nova, no mesmo local. Esta segunda construção contou com a ajuda de toda a comunidade e foi rapidamente levantada. Os principais líderes da época foram: Nedino José Pereira, José Lopes de Faria (José Jovino) e Inácio Vieira Dias, além de muitosoutros colaboradores.
A população foi crescendo e continuava a animação do Concílio Vaticano II. Os cursos duravam quatro dias com a participação de até 120 pessoas sendo então necessário ampliar a igreja para comportar os fiéis.
Nos anos 80 surgiu oGrupo de Jovens, com a chegada do Cosme, casado com a Diocelina, que liderou e muito incentivou a participação dos jovens.
A comunidade continuava animada, com vários Grupos de Reflexão e Catequese. Também nessa época começaram os trabalhos de conscientização do Dízimo, Mutirão, e Movimento de Mulheres. O Mutirão começou com cinco pessoas, mas chegou a vinte. No início trabalhavam quatro dias por semana, depois passou para um dia por semana.
No final dos anos 90 foram construídas a sacristia com dois banheiros e também a cozinha com a varanda,
E a comunidade continuou crescendo na fée na participação, sendo necessário então a construção de uma nova Capela. A construção teve início no ano de 2007. A princípio pensava-se em aproveitar as paredes laterais, mas não foi possível devido à má qualidade dos materiais.
No início da obra, a comunidade tinha em caixa cerca de R$ 12.000, mas o tesoureiro, José Maria Dias , mesmo assim acreditou que deveríamos iniciar a construção que o povo aprovaria e ajudaria , como ajudou de fato. Depois de sete mesesa construção estava novamente erguida e ainda com as paredes sem reboco e o piso de cimento grosso celebrou-se o primeiro casamento na nova capela: o casamento de Leonardo de Freitas da Silva e Viviane Severino Machado da Silva.
Hoje, 2012, a construção está terminada, com forro,novos bancos e altar. Além do novo espaço a comunidade Nossa Senhora da Penha é a maior e mais animada comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, com um dizimistas fiéise oito Grupos de Reflexão ativos, Grupo de Jovens participantes, Catequese e pastorais além de Grupo de Canto muito animado.
E assim a história continua, sob a proteção da padroeira Nossa Senhora da Penha, e com a certeza de que a fé cristã será sempre propagada e a perseverança cristã continuará a transformar a comunidade.
Assinar:
Postagens (Atom)